Perdas de Alimentos e Impactos na Segurança Alimentar.
15/09/2022
Redução de Perdas e Desperdícios de Alimentos
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), 54% do desperdício de alimentos mundial ocorre na fase inicial da produção, que abrange a manipulação pós-colheita e a armazenagem. Os outros 46% acontecem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.
Desperdício e Perda: Definições e Impactos
Desperdício é o descarte intencional de alimentos que ainda são adequados para o consumo. Esse comportamento está relacionado a ações de produtores, supermercadistas, varejistas e consumidores. O Brasil figura entre os países que mais desperdiçam alimentos globalmente.
Já as perdas ocorrem quando o descarte é não intencional, acontecendo ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a produção até os pontos de distribuição.
Importância das Políticas Públicas
Políticas governamentais voltadas para a redução de perdas e desperdícios são fundamentais para enfrentar esse problema, tanto no Brasil quanto no mundo.
Anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ou desperdiçados, o que representa cerca de 30% da produção mundial, de acordo com dados da FAO. No Brasil, as perdas no processo de comercialização de frutas e hortaliças superam 30% do total produzido, enquanto em outros países esse índice não ultrapassa 10%. O desperdício de hortaliças chega a 55% na pós-colheita, com grande parte do que é plantado sendo perdido nesta etapa, antes de chegar à mesa do consumidor.
Principais Causas das Perdas e Desperdícios
Entre os principais problemas das perdas de frutas e hortaliças estão a má gestão das fases de produção e pós-colheita, falhas no processo e a falta de infraestrutura. Exemplos incluem:
Produção: Pragas, doenças, uso inadequado de agroquímicos e condições climáticas desfavoráveis;
Colheita: Danos físicos, manuseio inadequado, containers inadequados;
Infraestrutura: Falta de cadeia de frio, o que leva à degradação das frutas durante manuseio e armazenamento;
Transporte e Logística: Danos mecânicos, contaminação e perda de qualidade;
Embalagens: Falta de eficiência na conservação dos alimentos.
Um fator crítico no controle do pós-colheita é a rapidez com que os alimentos são refrigerados. O resfriamento rápido assegura que frutas, verduras e legumes mantenham uma boa aparência, cor, sabor e aromatização, além de permanecerem nas prateleiras por mais tempo sem se deteriorar.
Aspectos Ambientais e Econômicos
A produção e distribuição de alimentos consomem recursos como água, terra, adubos, pesticidas, energia elétrica e combustíveis fósseis. O desperdício de alimentos resulta em um desperdício desses recursos, impactando negativamente o meio ambiente, a biodiversidade e exacerbando os efeitos das mudanças climáticas. Se essa tendência continuar, as próximas gerações sentirão mais fortemente esses impactos.
Economicamente, o Brasil perde cerca de R$ 7,1 bilhões ao ano com perdas e desperdícios de alimentos, sendo o setor de FLV (frutas, legumes e verduras) o maior responsável. Além disso, essas perdas aumentam os preços dos alimentos, tornando-os menos acessíveis para a população de baixa renda.
Como Reduzir as Perdas e Desperdício
A redução das perdas e desperdícios começa com a conscientização de todos os envolvidos – governo, cadeia de produção, distribuição e consumidor final. Após isso, é fundamental entender e quantificar onde e por que o problema ocorre, a fim de desenvolver um plano estratégico de prevenção.
Reduzir as perdas e desperdícios é responsabilidade de todos nós! Vamos adotar ações mais eficazes?
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